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Juventus Rebranding: change the game

E aí pessoal, todos bem? Espero que se amarrem nesse texto tanto quanto eu gostei de redigi-lo. Hoje eu vou falar sobre o rebranding da Juventus*, o case mais bem sucedido de mudança de marca dentro do futebol e farei um adendo sobre qual clube brasileiro eu creio estar pronto para tal façanha. Bora lá?

Antes temos que conhecer e respeitar a tradição do segundo clube mais antigo em atividade na Itália, a Juve, fica atrás apenas do Genoa, clube que, até então, é o mais antigo atuante no país. Sendo os biaconeros os maiores campeões nacionais com 35 títulos, o time fundado em 1897 ainda tem 2 UCL em seu museu. Neste artigo irei analisar o contexto do clube no rebranding e não a identidade visual.

La vecchia signora se reinventou em 2017, ano em que duas ligas eram extremamente dominantes: Inglaterra e Espanha. A diretoria italiana, apesar dos seis títulos nacionais consecutivos, sabia que precisaria de mais para recolocar, não só Turim, mas também a Itália no mapa dos grandes times e contratos esportivos novamente. O maior campeão italiano não ganhava uma orelhuda desde a temporada 95-96. 

Repaginação de clubes tem algo muito peculiar, mexemos com paixão, um amor inexplicável, sensações ainda não catalogadas, mas é pensando nestes torcedores que também é preciso mudar. O slogan Black, White and More traduziu perfeitamente a nova era do time de Turim. Respeitando as tradições e valores do clube, tudo se modernizou. Uma nova gama infinita no portfólio de produtos, novo patrocinador esportivo, mas foi apenas em 2018 que a Juve encontrou a peça que faltava para o mais bem sucedido processo de rebranding da história do futebol. Esta peça tem nome, mais de 200 milhões de seguidores no Instagram e cinco bolas de ouro: Cristiano Ronaldo. 

É impossível falar sobre as mudanças do time bianconero sem citar o portugûes. Em sua primeira temporada, Cristiano ajudou a Juve a crescer quase 50% as mídias digitais do clube. Turim então tinha um símbolo para sua nova era.

Apesar deste duro golpe na Espanha, tirando de lá um de seus mais famosos jogadores, a diretoria bianconera sabia que ainda não poderia competir com os ingleses e espanhóis em direitos televisivos. Foi então que a Juventus e sua mais nova estrela decidiram que para ganhar a Europa, deveriam antes conquistar o mundo, e não estou falando de títulos. A Juve foi diretamente nos mercados americano e asiático, principalmente à China, fechando contratos com empresas como: Budweiser, Coca-Cola e Konami. 

Então amigos, Cristiano nunca foi a Turim por uma simples mudança de ares, ele sabia o que se tornaria para o time italiano e para história do futebol no âmbito publicitário, mas o sucesso não vem apenas dele, a Juve percebeu que precisava estar presente no cotidiano dos bianconeros, sport and lifestyle branding** foi a solução encontrada para esta necessidade com a parceria Juventus x Adidas x Palace, algo semelhante ao que

aconteceu na França com PSG x Nike x Air Jordan. A criação do time feminino em 2017, trabalho nas mídias sociais de seus jogadores e jogadoras, além da bem sucedida parceria com a Konami, inserindo os italianos no mundo do E-Sports. A velha senhora entendeu que as novas gerações não tem tanto interesse em assistir partidas ao vivo, mas sim highlights em mídias sociais de seus clubes e jogadores favoritos. 

Vamos aos resultados, afinal tudo isso foi feito pensando em aumentar a receita do clube italiano. O volume de negócios em 2010 era de €172 milhões, ao final do ano de 2019 o valor saltou para €621 milhões. O valor do clube também aumentou de €162 milhões para €1.47 bilhões, além de um novo contrato com a Adidas de nada mais nada menos que €100 milhões anuais. 

Agora, talvez o que vocês mais esperavam, não é mesmo? Qual clube brasileiro eu escolheria para um rebranding e diria que teria mais sucesso no mesmo? Rufem os tambores… O time é: Palmeiras. 

O clube paulista tem o cenário mais estável atualmente no futebol brasileiro, uma ótima equipe que seguraria o time por, talvez, um ou dois anos, até encontrar seu grande ícone para o rebranding. Quando digo estável, é também de forma financeira, com um grande patrocinador, alinhado em fazer o time voltar a ser campeão e valorizar seu patrimônio.

O alviverde não ganha um título internacional desde 99, quando conquistou a Libertadores da América, e o tão questionado mundial de 51 poderia ganhar história, já imaginou torcedor, uma série na Netflix do verdão contando essa época de glória? Gostaria de uma linha collab da Puma x Palmeiras x Marcas de roupa “sociais” para você ter aquela camisa estilosa para usar no dia a dia ou até mesmo em situações mais especiais? Além do mais, em pesquisas com crianças, o Palmeiras aparece com 5% da torcida, ao lado de Vasco e Grêmio. Dois dos seus rivais paulistas possuem 10% e 11% dos futuros torcedores, Corinthians e São Paulo respectivamente. A ação nas mídias de highlights e não apenas jogos ao vivo, transformaria o estádio em uma experiência muito maior e poderia também ser utilizada pelo clube palestrino. Além dessa, há muitas outras ações que o verdão poderia utilizar, pois possui recursos para tal, o que é muito importante.

*Rebranding: processo de ressignificação da marca, do modo como ela é vista e da própria relação com o público, mudanças de logotipo, identidade visual e outros elementos que compõe a marca.

** Sports and Lifestyle Branding: é quando o esporte penetra a cultura, modo de vestir, aspirações, como agir. O primeiro case que me recordo de forma nítida foi o Air Jordan 1 e como todos queriam tê-lo, como um tênis de basquete se tornou também um tênis para o dia a dia.

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